RELATÓRIO ANUAL DE SUSTENTABILIDADE 2017

MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO

|GRI 102-14|
Vivemos em 2017 um período de consolidação das operações da CTG Brasil, dando sequência à fase de crescimento intenso e acelerado que marcou nossos primeiros quatro anos de atuação no País. Esse processo teve início quando nos tornamos acionistas de grandes empreendimentos de geração hidrelétrica e eólica, incluiu a aquisição das usinas Salto e Garibaldi, prosseguiu com o leilão de concessão das usinas Jupiá e Ilha Solteira, no Rio Paraná, e culminou com a compra dos ativos geridos pela Rio Paranapanema Energia S.A.
Ao assumirmos a posição de segunda maior geradora privada de energia limpa do país, com capacidade instalada de 8,27 GW, avaliamos que, antes de continuarmos a crescer, esse era o momento para estabilizar nossos sistemas, consolidar processos e práticas, integrar nossas equipes e fortalecer a cultura CTG Brasil. Temos um compromisso de longo prazo no País e, por isso, nossa Companhia precisa ser ágil, sólida e estar sempre pronta para cumprir a missão de prover energia limpa para as pessoas.
No decorrer do ano, identificamos as melhores práticas de cada empresa controlada – tanto em processos, como em sistemas, gerenciamento de riscos e gestão de pessoas – e iniciamos o seu desdobramento para toda a Companhia. Temos como um importante desafio para os próximos anos a integração entre os colaboradores das diversas empresas do grupo, seu desenvolvimento, e, principalmente, a atração e retenção de talentos. Para nós, é desalentador perdermos bons profissionais durante esse processo.
Nesse sentido, reforçamos a necessidade de nos mantermos uma empresa de referência também em gestão de pessoas e em saúde e segurança. Mais do que isso, assumimos segurança como nosso primeiro valor, comprometidos em garantir que nossas operações sejam realizadas com os mais altos padrões em proteção às pessoas e prevenção a acidentes. No reforço a essa prioridade, aspectos e indicadores de saúde e segurança são acompanhados periodicamente pelo Comitê Executivo.
Fizemos um diagnóstico dos riscos de nossas atividades, considerando os ambientes interno (nossa operação) e externo (regulatório, econômico, tecnológico, sociocultural), a partir do qual definimos os pilares e objetivos estratégicos para a condução dos nossos negócios. Também estabelecemos uma Política e uma Estratégia de Sustentabilidade, que norteiam nossa atuação pois são parte integral de nossos negócios.
Reforçamos nossas diretrizes de conformidade, fortalecemos a equipe de Auditoria, Riscos e Compliance, lançamos o nosso Código de Conduta Ética nos Negócios e estabelecemos patamares rigorosos de conduta e integridade. O próximo passo será estender essas exigências de conduta aos fornecedores e parceiros.
Com o objetivo de melhorar nossa eficiência operacional, prosseguimos com a segunda fase do projeto de repotenciação e modernização das unidades geradoras da UHE Capivara, que proporcionará aumento da garantia física em 8,1 MW. E iniciamos um dos mais ambiciosos projetos de modernização em usinas hidrelétricas já realizados no País, com a previsão de investir cerca de R$ 3 bilhões ao longo de dez anos para a atualização tecnológica das usinas hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira. Desta forma garantiremos o máximo de disponibilidade de nossas unidades geradoras por meio de soluções técnicas robustas e confiáveis, incluindo a implantação completa de processos automatizados, ao longo do prazo da concessão, que se estende até 2046.
O ano de 2017 continuou desafiador para os negócios, ainda marcado pela instabilidade econômica e política do País. Esse aspecto de curto prazo tem uma influência menor no desempenho da Companhia, uma vez que mantemos elevados níveis de contratação de energia para os próximos anos. Contudo, os aspectos regulatórios ainda afetam nossos resultados e, nesse sentido, o setor elétrico brasileiro registrou a continuidade das discussões sobre temas cruciais, como a revisão do modelo setorial vigente e das garantias físicas e o risco hidrológico.
Em um ano com índice pluviométrico abaixo do esperado, mitigamos a situação com diferentes abordagens de compra e venda de energia, que se mostraram bem-sucedidas e ajudaram a garantir o bom desempenho do grupo.
Mesmo com esses desafios apresentados, a receita líquida da CTG Brasil, em dados combinados entre as controladas e a Rio Paranapanema, apresentou crescimento de 14,2%, totalizando R$ 5.447 milhões. O Ebitda, de R$ 3.783 milhões, representou margem de 69,44%.
No aspecto financeiro, uma grande conquista foi o reconhecimento da solidez de nossa gestão pelo mercado de capitais, com grau de investimento em avaliações de risco de crédito. A Rio Paraná obteve seu primeiro rating pela Moody's (Aaa na escala nacional e Ba1 na global) e a Rio Paranapanema recebeu da Standard & Poor’s o número máximo de degraus acima do rating soberano (brAA+, nacional, e BB na global), mantendo-se estável na Moody's (Aa1.br, na escala nacional, e Ba2, em escala global), mesmo com o rebaixamento das notas atribuídas ao Brasil em janeiro de 2018.
O ano de 2017 foi marcado por muitas conquistas, o que representa desafios adicionais para enfrentarmos. Se nossos primeiros anos foram de crescimento e 2017 o ano da consolidação, vemos 2018 como um período de transformação no sentido da conquista da excelência. Sabemos que ainda temos muito trabalho pela frente para evoluirmos em governança, segurança e sistemas, fortalecendo a marca CTG Brasil e nos tornarmos o grupo que queremos ser no futuro.
Li Yinsheng
Diretor-Presidente