Gestão de impactos |GRI 413-1|

As comunidades são afetadas de forma positiva e negativa pelas operações de empresas de geração hidrelétrica. Os aspectos positivos incluem a criação de empregos e a contratação de fornecedores locais, que ajudam no desenvolvimento socioeconômico das comunidades vizinhas aos empreendimentos. Os impactos negativos ocorrem durante a etapa de construção das usinas e envolvem especialmente aspectos ambientais, como o alagamento de áreas que formarão o futuro reservatório e interferência sobre a flora e a fauna da região  (esses impactos são abordados no capítulo Proteção ambiental).

Como os empreendimentos controlados pela CTG Brasil já estavam em operação quando foram adquiridos, os principais impactos negativos, do período de construção das usinas, já haviam sido mitigados e compensados nas etapas de licenciamento para construção e operação de acordo com determinações das licenças emitidas pelos órgãos fiscalizadores.

Voluntariado

Um dos principais focos de atuação é o voluntariado, que reforça o engajamento dos colaboradores tanto com a empresa como com as comunidades das quais fazem parte. Ao longo de 2018, algumas ações de voluntariado ganharam destaque, especialmente o Dia das Boas Ações (DBA), realizado em abril. O evento, que busca engajar as pessoas em diferentes causas sociais, chegou a sua terceira edição no Brasil (com patrocínio da CTG Brasil via Lei Rouanet). Como uma das metas do Programa de Voluntariado é contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua, a Companhia decidiu investir recursos próprios para estender o DBA (que seria realizado apenas em São Paulo) para mais nove cidades próximas às usinas.

Colaboradores que atuam como líderes voluntários tiveram o papel de escolher as entidades beneficiadas pelas atividades realizadas em cada localidade. No mês anterior ao evento, houve uma série de workshops em Ilha Solteira (SP), Rio Verde (GO), Cândido Mota (SP), Porecatu (PR), Rosana (SP), Salto Grande (SP), Campos Novos (SC), Curitiba (PR) e Três Lagoas (MS) para preparar as ONGs participantes e os próprios colaboradores. No Dia das Boas Ações (21 de abril) as atividades tiveram lugar simultaneamente em dez cidades e mais de 350 voluntários se envolveram nas tarefas, que incluíram pintura e reforma de salas de aula, festa para crianças em situação de vulnerabilidade social, recuperação de um parquinho infantil e horta e bingo para um asilo.

A CTG Brasil é associada ao Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE), rede que reúne empresas, confederações, institutos e fundações empresariais com o intuito de promover e desenvolver o trabalho voluntário, por meio da disseminação de experiências e do intercâmbio de conhecimentos e práticas ligadas ao tema. Além disso, o CBVE articula parcerias – a mais importante delas é com a ONU, para ajudar no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Educação

Projeto Guri – Maior programa sociocultural de educação musical para crianças e adolescentes do país, atende atualmente 35 mil jovens de 6 a 18 anos. A CTG Brasil patrocina, por meio da Lei Rouanet, a manutenção de sete polos musicais (nos municípios de Fartura, Rosana, Salto Grande, Mirante do Paranapanema, Sandovalina, Ilha Solteira e Castilho, no estado de São Paulo) beneficiando diretamente mais de mil alunos.

Bibliotecas – Investir em projetos educacionais e de incentivo à leitura é um dos compromissos da CTG Brasil com as comunidades que vivem próximas às suas usinas. Em 2018, uma das novas iniciativas apoiadas pela Companhia – chamada Alegria de Ler – construiu e entregou oito bibliotecas no entorno dos reservatórios das usinas Chavantes e Jurumirim, no interior de São Paulo e do Paraná. Outras duas, já abertas, receberam livros. O projeto é uma iniciativa do Instituto Oldemburg. O Programa de Voluntariado da CTG Brasil arrecadou 127 livros que foram doados para as novas bibliotecas.

Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMCDA) – Vinte e quatro projetos ligados a esporte, meio ambiente, educação, cultura, capacitação, saúde e cidadania em cidades próximas aos reservatórios da CTG Brasil foram apoiados ao longo de 2018, sendo que esses valores haviam sido pagos em 2017.

Esportes

Correndo pelo Verde – Por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, a Companhia patrocinou atividades esportivas em cinco municípios próximos aos reservatórios. O projeto Correndo pelo Verde, conduzido pela Associação Paraolímpica de Campinas (SP), promoveu cinco corridas nas cidades de São Paulo (SP), Ilha Solteira (SP), Três Lagoas (MS), Avaré (SP) e Ourinhos (SP), ao longo do ano. Além da comunidade, os colaboradores da CTG Brasil, seus familiares e amigos, puderam participar de uma das três modalidades disponíveis: corrida de 10 quilômetros, corrida de 5 quilômetros e caminhada de 5 quilômetros. Os participantes contribuíram com um quilo de alimento não perecível, distribuído a instituições de caridade locais. No total, mais de 9 mil pessoas participaram das corridas.

Brincando na Praça – Esportes coletivos, jogos de tabuleiro, dança e as tradicionais brincadeiras infantis de rua compõem o repertório do projeto Brincando na Praça, que passou por 23 cidades ao longo de 2018. Mais de 20 mil pessoas se beneficiaram das atividades, organizadas pela Liga RMC de Esporte em localidades próximas às usinas da Rio Paraná e da Rio Paranapanema.

Cultura

Musical Splash – O espetáculo teatral multimídia Splash, após temporada paulistana, realizou apresentações gratuitas para mais de 3 mil espectadores em 16 cidades do interior de São Paulo e do Paraná (vizinhas às hidrelétricas do Rio Paranapanema). Splash foi indicado ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2018, na categoria de Melhor Espetáculo do Ano em Sustentabilidade.

Uli Luli e as Latas Mágicas – O espetáculo foi atração em 125 municípios próximos às usinas da CTG Brasil. Voltada ao público infantil, a peça teve como tema a importância da gestão de resíduos. As apresentações, gratuitas, foram patrocinadas via Lei Rouanet e beneficiaram aproximadamente 24 mil crianças.

Musicando Talentos – O festival cultural, realizado em Três Lagoas (MS), ofereceu aulas gratuitas de música (de março a dezembro) para 150 jovens acima dos 15 anos, especialmente estudantes da rede pública de ensino. Em 2018, o Musicando Talentos foi realizado pelo sexto ano consecutivo. A CTG Brasil patrocina o projeto por meio da Lei Rouanet. Em setembro, os alunos do projeto se apresentaram no Festival de Arte e Cultura de Três Lagoas.

Orquestra Jovem de Ilha Solteira – A Orquestra Jovem de Ilha Solteira adquiriu novos uniformes e instrumentos, promoveu ensaios abertos e, a partir de julho, fez uma série de concertos didáticos (na própria cidade e em outros municípios próximos às usinas hidrelétricas da CTG Brasil, que patrocina o grupo por meio da Lei Rouanet).

Cine CTG – Oferecer sessões de cinema gratuitas e abertas ao público é a proposta do Cine CTG Brasil, que percorreu municípios da Bacia do Rio Paranapanema, em São Paulo e no Paraná. Com realização da Cepar Cultural (e recursos patrocinados via Lei Rouanet), o projeto tem como principal benefício proporcionar cultura e lazer a comunidades onde não há sala de cinema. Todos os filmes exibidos eram de classificação livre, com áudio, legendas e janela de libras, garantindo a inclusão dos espectadores com necessidades especiais. E tudo com direito à distribuição de pipoca e refrigerante para os cerca de 7 mil espectadores.

Projeto Iceberg – A apresentação teatral Ursa Rosa Projeto Iceberg – Entendendo as Mudanças Climáticas, patrocinada pela CTG Brasil via Lei Rouanet, uniu teatro e ciência e percorreu 31 municípios no entorno dos reservatórios das usinas da Companhia.

Livro Beija-flores do Brasil – A CTG Brasil patrocinou, via Lei Rouanet, o livro Beija-Flores do Brasil, escrito por Luís Fábio Silveira, que traz mais de 80 espécies nacionais dessas aves. A obra, publicada pela Editora Marte e disponível em livrarias, tem ilustrações de Eduardo Parentoni Brettas e textos científicos detalhando as características dos beija-flores. Como um desdobramento dessa parceria, os autores desenvolveram um livro de colorir (com o mesmo tema) e realizaram oficinas educativas para 3 mil alunos da rede municipal de Ilha Solteira.

O Reino da Água – Peça teatral para conscientização sobre o uso da água. Foram distribuídos 3 mil kits com um livro e realizadas atividades complementares sobre história, cultura e geografia do Brasil. Apresentações da Rio Paraná tiveram 1.079 espectadores.

Por um futuro sustentável – Teatro que abordou a importância de preservar os recursos naturais e cuidar do planeta para um futuro sustentável. Passou por 43 cidades das comunidades da Rio Paraná, Rio Verde e Rio Canoas, atingindo 10.664 pessoas.

Um Reino sem Dengue – Teatro itinerante que retrata a história de um reino que é invadido pelo mosquito da dengue. Ensina as crianças sobre a importância da prevenção. Passou por oito municípios da Rio Paraná e beneficiou 2.416 pessoas.

Green Nation – Megaevento de sustentabilidade que aconteceu paralelamente ao Fórum Mundial da Água, em Brasília, com duração de nove dias no mês de março. Mais de 70 mil pessoas participaram do encontro.

Saúde

Fundo Municipal do Idoso – A CTG Brasil apoiou cinco projetos dedicados a idosos, por meio do Fundo Municipal do Idoso (FMI). Para melhorar a qualidade de vida das pessoas, foram oferecidas atividades sociais, interativas, esportivas, de lazer e saúde. Na região do Rio Paranapanema, foram três projetos, que atenderam cerca de 150 idosos, com um investimento de R$ 83 mil. Na região do Rio Paraná, aproximadamente 900 idosos foram atendidos por meio de dois projetos, com investimento de R$ 300 mil. Por fim, a iniciativa Amparo ao Idoso, do Hospital de Câncer de Barretos (SP), (que passou a ser denominado Hospital do Amor), recebeu R$ 1,5 milhão da Rio Paranapanema e da Rio Paraná para melhorar o atendimento pacientes e familiares.

Construção de sanitários – Foram construídos sanitários para famílias vulneráveis da comunidade Cruzeirinho, em Cerro Negro (SC).  |GRI 203-1|

Outros projetos |GRI 203-1|

Novas residências para famílias catarinenses – Foram construídas e entregues 42 casas de madeira, com 60 m², para famílias vulneráveis residentes em comunidades do entorno do reservatório da UHE Garibaldi, nos municípios catarinenses de Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito e Abdon Batista. A Associação de Mulheres da Comunidade Cruzeirinho, em Cerro Negro, foi uma das instituições beneficiadas com uma casa, que passou a ser local de encontros e cursos.

Reforço na infraestrutura das comunidades locais – As comunidades do entorno da UHE Garibaldi, em Santa Catarina, receberam obras de melhorias de acessos, com a construção de galerias pluviais. A comunidade do Umbu, em Cerro Negro, recebeu infraestrutura de captação e distribuição de água para consumo, enquanto a de Araçá, no mesmo município, teve reformado o salão de festas do centro comunitário. Também em Cerro Negro está sendo implantada estrutura de captação e distribuição de água para a comunidade Raitz, assim como está em reforma o centro comunitário (igreja, salão de festas, churrasqueiras e escola rural) para atender a famílias reassentadas na comunidade Campinho. Uma nova igreja para as famílias reassentadas na comunidade Rodeio da Pedra, no município de Campo Belo do Sul, será concluída e entregue em 2019. A Rio Canoas também mantém sistema de captação, armazenamento e distribuição de água para consumo que atende aproximadamente 300 famílias residentes no município de Abdon Batista.

Unidade de conservação aberta ao público – A Rio Canoas financiou, por meio de medida de compensação ambiental, a estruturação do Parque Estadual Rio Canoas (Paerc), em Campos Novos (SC), unidade de conservação integrada ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Com o apoio da usina, foi construído e mobiliado o edifício-sede da unidade, equipado com sala de pesquisas, refeitório, auditório, escritório, alojamentos, banheiros e depósito. Também foram abertas trilhas ecológicas preparadas para receber as comunidades da região, escolas e pesquisadores. O parque teve ainda o incentivo da Rio Canoas para aquisição de veículo 4x4 e equipamentos de pesquisa e escritório.

Restauro do patrimônio histórico e arquitetônico – Por meio de medida compensatória, a Rio Canoas está investindo no restauro estrutural e arquitetônico do Casarão Juca Antunes, imóvel tombado como patrimônio arquitetônico histórico e cultural de Santa Catarina. Localizado no município de Lages, o imóvel datado de 1850 é a última edificação representante da arquitetura luso-brasileira na área urbana do município e seu contexto e relevância histórica envolvem o caminho das tropas na Serra Catarinense.

Reinserção socioeconômica de comunidades – Famílias atingidas pela UHE Garibaldi receberam apoio por intermédio de programas sociais desenvolvidos pela Rio Canoas visando à reinserção e à prosperidade econômica diante dos impactos causados pela implantação do empreendimento. Dentre as frentes de apoio, as comunidades receberam auxílio para a melhoria do solo de áreas destinadas à agricultura, bem como assistência técnica e inserção de novas culturas adaptadas à região.

MUSEU DA ENERGIA

Conhecer e preservar a história é fundamental para compreender o presente e construir um futuro melhor. Por isso, a CTG Brasil patrocinou a reabertura e manutenção do Museu da Energia, em São Paulo. O espaço cultural – que tinha ficado fechado por um ano – ganhou novas salas e recursos audiovisuais que abordam temas como a história da iluminação pública na cidade e o uso sustentável da energia, além de um "Espaço das Águas". Uma ala interativa mostra o funcionamento das hidrelétricas e outras fontes de energia limpa. O investimento, via Lei Rouanet, foi de R$ 807 mil.

Visita às usinas

As visitas às usinas da Rio Paraná e da Rio Paranapanema são parte importante para estreitar o relacionamento com as comunidades do entorno. Em 2018, essas atividades reuniram cerca de 10 mil pessoas.

O Programa de Visitas da CTG Brasil é realizado por monitores que explicam o funcionamento da usina, enquanto percorrem, com os visitantes, salas de comando, turbinas e barragem – um roteiro que dura em média 1 hora. O público também recebe informações sobre os programas ambientais da Companhia, além da importância do uso sustentável da água, que é nossa fonte de energia e patrimônio natural de todos.

Em 2018, a UHE Rosana inaugurou mais uma exposição histórica permanente, aberta ao público como parte do Programa de Visitas. A exposição apresenta os fatos mais marcantes dos 31 anos de atividades da unidade e foi montada em parceria com a Fundação Energia e Saneamento, com o propósito de preservar a história do desenvolvimento regional. As usinas Chavantes e Salto Grande também ganharam um espaço expositivo.

A visita à exposição, bem como aos demais espaços das usinas, é gratuita e está aberta a estudantes e a outros grupos interessados, de 25 a 50 pessoas. É necessário fazer um agendamento prévio por e-mail (visita.ctgbrasil@ctgbr.com.br). No caso de escolas (ensinos fundamental, médio e superior), os estudantes devem ser acompanhados por três representantes da instituição.