Relatório Anual de Sustentabilidade 2018

Proteção ambiental

Utilizar os recursos naturais eficientemente, prevenir e minimizar os impactos ambientais

107.735

mudas de árvores doadas na região do Rio Paranapanema

3,6 milhões

de alevinos soltos nos reservatórios das usinas

950

mudas plantadas na região da Rio Canoas

43 mil

hectares de áreas monitoradas

|GRI 103-2, 103-3|
Uso sustentável dos recursos, proteção da biodiversidade, restauração de habitats naturais, e prevenção da poluição e adaptação às mudanças climáticas integram o pilar Proteção ambiental da Estratégia de Sustentabilidade da CTG Brasil. O entendimento é que o respeito ao meio ambiente é essencial para cumprir a missão de prover energia limpa por meio de projetos em harmonia com o planeta.
A Diretoria de Meio Ambiente, Saúde e Segurança e Patrimônio responde pela gestão dos impactos ambientais, com atuação de equipes específicas em todas as unidades. Elas são responsáveis por monitorar os aspectos e mitigar os impactos ambientais, colocando em prática ações para eliminar, reduzir ou controlar os riscos associados. Incorporam, assim, a abordagem de precaução, por meio de medidas para prevenir incidentes, acidentes e passivos ambientais, de acordo com o Princípio 15 da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento (Eco92). |GRI 102-11|
Água
|GRI 103-2, 103-3|
As usinas hidrelétricas não consomem água no processo produtivo. A água que passa pelas turbinas para a geração de energia é integralmente devolvida aos cursos d’água (em volume e em qualidade), uma vez que os reservatórios são a principal interface da empresa com as comunidades locais, que usam a água para produzir, irrigar e lazer, entre outras atividades. O consumo efetivo de água é pouco significativo, pois se dá principalmente para uso humano e sanitário (banheiros, refeitórios e limpeza geral). |GRI 303-5|
A qualidade da água nos reservatórios é monitorada constantemente com base em variáveis limnológicas (estudo de condições biológicas, químicas, físicas etc.) estabelecidas nas licenças de operação. Rio Paranapanema e Rio Canoas mantêm contrato ativo com empresa especializada para remoção programada dos efluentes sanitários das instalações de tratamento (fossas sépticas) quando esse volume aumenta consideravelmente. |GRI 303-2|
As captações subterrâneas são autorizadas pelas outorgas de direito de uso e ocorrem nos aquíferos Formação Serra Geral, Botucatu e Formação Caiuá (na Rio Paranapanema) e aquífero Guarani (na Rio Paraná, Rio Canoas e Rio Verde). O impacto da retirada sobre o volume de água armazenado nesses aquíferos não pode ser estimado, pois eles têm diferentes profundidades e se conectam a outros aquíferos. |GRI 303-1|
Captação
As usinas da Rio Paranapanema mantêm hidrômetros para mensurar a captação de água subterrânea e nenhuma das operações ocorre em áreas de estresse hídrico. Na UHE Salto Grande também há medidor de vazão digital. No ano, foram captados 130 mil m3 de água dessas fontes, em comparação a 127 mil m3 no ano anterior. |GRI 303-3|
Para fins de cálculos de emissões são considerados os valores de 80% dos volumes captados como efluentes sanitários. A UHE Garibaldi, da Rio Canoas, conta com quatro poços artesianos, dos quais três atendem às comunidades remanejadas e estão em fase de repasse da responsabilidade e operação ao poder público municipal de Abdon Batista. O poço artesiano que abastece a usina foi equipado com hidrômetro analógico em 2018. As demais empresas do grupo devem passar a mensurar volumes de captação a partir de 2020.
Na Rio Paranapanema e Rio Sapucaí-Mirim, palestras e a divulgação de informativos apoiam programas de educação ambiental nas comunidades do entorno dos reservatórios, quando são trabalhados temas relacionados à preservação do meio ambiente, incluindo o uso consciente da água e reflorestamento, como uma das metodologias para a conservação de água nos mananciais e nas nascentes.
 
NÍVEL DE RESERVATÓRIOS
Em dezembro de 2018, as prefeituras de seis municípios da região de Avaré responsabilizaram a CTG Brasil pelo baixo nível das águas das represas Jurumirim e Chavantes, em São Paulo, situação que afetou as atividades de turismo na região.
A Companhia esclareceu, entretanto, que os níveis de vazão de efluentes dos reservatórios são determinados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão que controla e coordena o uso de água para a geração de energia, a utilização dos reservatórios e a abertura de comportas dos vertedouros da maioria dos empreendimentos de geração elétrica do País, dentre os quais todos aqueles operados pela CTG Brasil.
Os baixos níveis dos reservatórios da Bacia do Rio Paranapanema causados pela hidrologia desfavorável levaram o ONS a determinar uma redução de 25% na geração da UHE Jurumirim comparativamente ao ano anterior e de 20,2% na UHE Chavantes, exatamente para não agravar ainda mais o nível dos reservatórios. O volume útil do reservatório Jurumirim passou de 57,97% no final de 2017 para 17,54% no encerramento de 2018. O nível do reservatório de Chavantes recuou de 44,80% para 17,60% no mesmo período, de acordo com dados do ONS.
 
Efluentes
Apenas os descartes sanitários são considerados efluentes nas usinas – e eles são tratados nas próprias estações ou direcionados para as instalações municipais de tratamento. Os efluentes sanitários, após tratamento, devem atender aos parâmetros estabelecidos pela Resolução Conama 430/2011, sendo periodicamente monitorados.
Em todas as usinas há caixas separadoras água/óleo, propiciando a contenção e remoção de eventuais vazamentos de óleo, sempre como forma de prevenir contaminações do solo e da água. Em 2018 não foi identificado nenhum vazamento significativo nas instalações da CTG Brasil. |GRI 306-3|
Essa gestão é fundamental, pois os efluentes e resíduos podem impactar a qualidade da água utilizada como manancial por cidades do entorno (o não cumprimento pode levar a sanções administrativas, cíveis e/ou criminais). A CTG Brasil monitora constantemente e não identifica impacto negativo de suas operações nos corpos d’água em sua área de influência. |GRI 306-5|
Resíduos
|GRI 103-2, 103-3|
Todos os resíduos industriais são armazenados, transportados e destinados adequadamente, segundo sua classificação de risco (perigosos e não perigosos) e de acordo com procedimento interno específico para atender às determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010).
Em 2018, a Companhia montou um plano de gestão de resíduos sólidos, para consolidar essa questão em todas as usinas e melhorar o acondicionamento, armazenamento e descarte dos resíduos de classe 2. A partir de sua implantação, em 2019, será possível criar indicadores e gerenciar melhor esses resíduos nas empresas.
É dada prioridade a formas sustentáveis de destinação para os resíduos perigosos gerados pela Rio Paranapanema, como coprocessamento e reciclagem. Nas demais empresas, eles atualmente são encaminhados para aterros classe 1. Os resíduos não perigosos seguem para aterros sanitários municipais (classe 2) próximos às unidades e para centros de reciclagem, quando existentes. Os aterros municipais na região da Rio Paranapanema são monitorados com base no Índice de Qualidade de Aterro publicado anualmente pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
O transporte de resíduos perigosos é realizado por empresas especializadas em tratamento e destinação final de resíduos. Os volumes somaram 117 toneladas em 2018. |GRI 306-4|
RESÍDUOS POR TIPO E DESTINAÇÃO |GRI 306-2|
Rio Paraná Rio Paranapanema Rio Canoas Rio Verde
Resíduos não perigosos 1.435.500 135.100 - 283
Compostagem (m³) 500 - - -
Outros – Venda de sucata, como cobre e aço (kg) 1.435.000 135.100 - 283
Resíduos perigosos (kg) 15.007 89.410 5.300 7.310
Coprocessamento 9.607 21.890 - -
Reutilização - - - -
Reciclagem - 5.000 - 5.503
Aterro 5.400 - 5.300 1.807
Armazenamento no local - - - -
Rerrefino – óleo lubrificante e isolante - 59.800 - -
Outros - 2.720 - -
Biodiversidade
|GRI 103-2, 103-3|
Na geração hidrelétrica, o grande impacto sobre a biodiversidade ocorre na etapa de construção das usinas, com o alagamento de áreas que formarão o futuro reservatório e interferência sobre a flora e a fauna da região. Por mais que a CTG Brasil tenha adquirido as unidades já em operação, ela mantém ações de preservação com o objetivo de restabelecer a dinâmica natural. O monitoramento da flora, da fauna e da ictiofauna ajuda a entender as condições das áreas restauradas e sua importância para a conservação regional.
Ainda que alguns impactos sejam irreversíveis, é possível restaurar áreas e recuperar o equilíbrio com programas de reflorestamento de bordas de reservatórios e peixamento dos rios. As iniciativas da Companhia incluem palestras de educação ambiental, soltura de peixes no rio e fomento florestal, com a doação de mudas de árvores a proprietários do entorno dos reservatórios. Em 2018, 107.735 mudas foram doadas para plantio de áreas de terceiros em 25 municípios da região do Rio Paranapanema e 950 mudas foram plantadas na região da UHE Garibaldi, da Rio Canoas, em Santa Catarina.
 
IMPACTOS SOBRE A BIODIVERSIDADE |GRI 304-2|
Impactos negativos potenciais ou reais Áreas impactadas Duração do impacto Medidas de mitigação
Redução da diversidade da ictiofauna e redução do fluxo gênico devido ao barramento de reservatório Reservatórios a jusante e a montante Indeterminado Salvamento de peixes e povoamento de peixes nos reservatórios e tributários
Alteração das características físicas, químicas e biológicas da água, comprometendo o ecossistema aquático Reservatórios a jusante e a montante Indeterminado Programa de monitoramento limnológico e de qualidade de água
Encarceramento de peixes nas paradas de usinas Comunidades de peixes a jusante das UHEs Durante paradas emergenciais e programadas das usinas Salvamento de peixes em tempo hábil
Danos à biodiversidade; redução de matas nativas e comprometimento do fluxo gênico das espécies aquáticas e terrestres Áreas diretas e indiretamente afetadas pelo reservatório Indeterminado Programa de conservação de ambientais naturais; implantação de Área de Conservação Ambiental (ACAs) e promoção florestal; programa de monitoramento de fauna
Vazamento de óleo no corpo hídrico Reservatórios a montante e a jusante Indeterminado Estruturas de contenções de óleo e separação de água-óleo; kit de emergência ambiental; monitoramento de qualidade da água
Alteração de comunidades aquáticas e ameaça a espécies nativas devido à proliferação de espécies invasoras (mexilhão-dourado e peixes exóticos) Área de influência do reservatório e áreas conectadas Indeterminado Programa de monitoramento de espécies invasoras (implantação do P&D de Ictiofauna Fase II; continuidade do P&D de Mexilhão Dourado)
Ocupação desordenada do entorno do reservatório APPs e áreas adjacentes Permanente Programa de monitoramento de uso e disciplinamento das bordas do reservatório; Campanha Espaço Legal
Danos ao ecossistema aquático e problemas nos usos múltiplos do reservatório (utilização da água para consumo, recreação, pesca etc.) causados pelo aumento de plantas aquáticas Reservatórios a montante Enquanto houver operação Programa de monitoramento de macrófitas; rebaixamento do reservatório de Salto Grande para controle de macrófitas
Contaminação do corpo hídrico devido a descarte de efluentes sanitários Reservatório a montante e a jusante Em caso de efluentes em desacordo com os parâmetros permitidos Programa de monitoramento e controle de efluentes de acordo com os parâmetros estabelecidos na Conama 430/2011
Degradação das margens do reservatório por erosão, remoção dacamada fértil e assoreamento dos rios Reservatórios a montante e a jusante Indeterminado Programa de monitoramento hidrossedimentométrico e de processos erosivos; implantação de medidas de controle, como, por exemplo, gabiões tipo manta e/ou reflorestamento
Captação de água subterrânea para fins sanitários Fontes subterrâneas de água Enquanto houver operação; pessoas da usina Monitoramento mensal do consumo captado por meio da leitura dos hidrômetros atendendo assim às outorgas de captação de água emitidas pelos órgãos competentes
Proteção
As áreas próprias com alta biodiversidade são Áreas de Conservação Ambiental (ACAs) localizadas às margens das represas e continuamente monitoradas pela Diretoria de Meio Ambiente e Patrimônio. Há projetos de reflorestamento em todas as usinas e os cronogramas de implantação atendem às exigências das licenças de operação.
A Rio Paranapanema desenvolve Programa de Fomento ou Promoção Florestal com o objetivo de apoiar proprietários de terras nas adjacências das usinas por meio da doação de mudas de espécies nativas. Nos últimos 18 anos, a empresa manejou, ao longo dos Rio Paranapanema e Sapucaí, 12.443 mil hectares (124,43 km2) de áreas de floresta estacional semidecidual e de Cerrado. O Programa de Promoção Florestal da Rio Paranapanema representou, no ano de 2018, a doação de 107.735 mudas florestais nativas em 25 municípios, o correspondente a cerca de 65 hectares (0,6 km2) de reflorestamento.
A Rio Canoas conta com Programa de Reposição Florestal (APPs e Mata Ciliar) e Programa de Recuperação de Área Degradada no canteiro de obras. Ao longo de 2018, foram implantados 66 hectares de Áreas de Preservação Permanente nas margens do reservatório da UHE Garibaldi, reconstituindo, dessa maneira, a mata ciliar com espécies vegetais nativas e atendendo ao cronograma previsto pelo órgão ambiental, que visava implantar entre 2017 e 2018 um total de 80 hectares. |GRI 304-3|
A maioria dos empreendimentos da CTG Brasil foi construída anteriormente ao arcabouço legal ambiental e, portanto, não há estudos anteriores à construção que permitam fazer uma comparação entre habitats originais e recuperados. |GRI EU13|
Há intensa fiscalização sobre uso e ocupação dessas áreas e inúmeras ações têm sido executadas para a remoção de estruturas que possam causar impactos negativos ao ambiente, além de uma iniciativa permanente de orientação aos usuários dessas áreas, por meio da campanha Espaço Legal (saiba mais sobre esse programa no quadro a seguir).
As empresas monitoram espécies de fauna que integram a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês). Em 2018, foram identificadas 34 espécies em diferentes níveis de risco nas áreas das usinas. |GRI 304-4|

 

RESTAURAÇÃO DE HABITATS |GRI 304-3|
Ação Área total (ha) Localização Usina Área recuperada (ha) Gastos (R$ mil)
Reflorestamento - APP 1.766,0 Caçu e Itarumã (GO) UHE Salto (Rio Verde) 186 1.373,01
Reflorestamento – APP – Mata Ciliar 80,0 Abdon Batista, Cerro Negro, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito e Vargem (SC) UHE Garibaldi (Rio Canoas) 66 760,0
Reflorestamento – APP 239,0 Angatuba, Miguelópolis, Guaíra e Ipuã (SP) UHE Jurumirim (Rio Paranapanema) e PCH Retiro (Sapucaí-Mirim) 239 2.350,43
Promoção Florestal – área de terceiros 64,7 25 municípios de SP 8 UHEs da Rio Paranapanema 107.735 mudas florestais 93,51
ESPÉCIES EM RISCO NA LISTA VERMELHA |GRI 304-4|
Nível de ameaça Rio Paraná Rio Paranapanema Rio Sapucaí-Mirim Rio Canoas Rio Verde
Criticamente ameaçadas (CR) - - - - 2 espécies: Avifauna: mutum de penacho (Crax fasciolata), jacupemba (Penelope superciliaris)
Ameaçadas (EN) 1 espécie: Ictiofauna: Piracanjuba (Brycon orbignyanus) 1 espécie: Ictiofauna: Piracanjuba (Brycon orbignyanus) 1 espécie: Avifauna: Jandaia-amarela (Aratinga solstitialis) 1espécie: Ictiofauna: Surubim (Steindachneridion scriptum) 2 espécies: Avifauna: arapaçu beija flor (Campylorhamphus trochilirostris). Mamíferos: anta (Tapirus terrestris).
Vulneráveis (VU) 1 espécie Mastofauna: anta (tapirus terrestres) 2 espécies Avifauna: pixoxó (Sporophila frontalis) Mastofauna: tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) 6 espécies Mastofauna: veado-bororó-do-sul (Mazama nana); queixada (Tayassu pecari); gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus) Avifauna: papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea); papagaio-charão (Amazona pretrei) Ictiofauna: Dourado (Salminus brasiliensis) 5 espécies Mamíferos: lobo guará (Crysocyon brachyurus), tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tatu canastra (Priodontes maximus); sussuarana (Puma concolor). Ave: tucano de bico preto (Ramphastus vitellinus).
Quase ameaçadas (NT) 3 espécies Mastofauna: gato-maracajá (Leopardus wiedii); lontra (Lontra longicaudis); macaco-preto (Sapajus nigritus) 3 espécies Avifauna: jandaia-da-testa-vermelha (Aratinga auricapillus); Mastofauna: lontra (Lontra longicaudis) e lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) 5 espécies Mastofauna: gato-maracajá (Leopardus wiedii); lontra (Lontra longicaudis) Avifauna: águia-cinzenta (Urubitinga coronata); pica-pau-de-cara-canela (Celeus galeatus ) e macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis) 1 espécie Avifauna: ema (Rhea americana)
PEIXAMENTO DOS RESERVATÓRIOS
Para a manutenção da biodiversidade da ictiofauna, a Companhia mantém programa de peixamento, que em 2018 promoveu a soltura de 3,6 milhões de alevinos em seus reservatórios. Para a execução dessa iniciativa, mobilizou estudantes de escolas das regiões como uma das atividades do programa de educação ambiental que inclui palestras sobre a conservação dos rios e de suas margens. Os alevinos são produzidos na Estação de Aquicultura localizada em Salto Grande (SP), às margens do Rio Paranapanema.
Apenas na bacia do Rio Paraná, 2,1 milhões de peixes de espécies nativas foram distribuídos nos reservatórios das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira. Cumprindo a meta anual, nos reservatórios de Jurumirim, Chavantes, Salto Grande, Canoas I e II, Capivara, Taquaruçu e Rosana foram soltos 1,5 milhão de pacus, piaparas, piaus-três pintas, curimbatás, lambaris, dourados, piracanjubas e piaussus. São todas espécies nativas de valor econômico e cultural para os moradores da bacia, o que garante a biodiversidade.
Em março, mês em que se comemora o Dia Mundial da Água, houve a soltura de 23 mil peixes jovens nas barragens das PCHs Palmeiras e Retiro, no Rio Sapucaí (no total do ano, foram 132 mil alevinos). Além da soltura, a CTG Brasil organizou uma atividade de educação ambiental com 50 alunos de escolas públicas do município de Guará. No Rio Pardo, a festa pelo Dia Mundial da Água foi realizada pelo oitavo ano consecutivo, também com soltura de peixes.
O programa só não é feito nas UHEs Garibaldi e Salto porque em ambas os rios já não tinham peixes e o órgão ambiental não fez essa exigência.
 
Patrimônio
A CTG Brasil monitora 100% dos 43 mil hectares de área e 9 mil quilômetros de perímetro de suas usinas. Em 2018, foram realizadas 1.533 inspeções para identificar a utilização indevida de margens de reservatórios, promover sua regularização e assegurar a correta identificação e o registro de imóveis construídos nas bordas de reservatórios das áreas de concessão. Ocorreram ainda 62 reuniões, palestras, trabalhos de campo ou intercâmbio de informações com órgãos de fiscalização e licenciamento ambiental. O gerenciamento dos ativos imobiliários tem o apoio do Sistema de Gestão Territorial (SGT).
Foram executadas atividades de prevenção a incêndios em 525 hectares, com a manutenção de aceiros, além da reposição e manutenção de 80,4 quilômetros de cercas para proteger 10.966 hectares em áreas de conservação ambiental.
 
ESPAÇO LEGAL
A campanha Espaço Legal é uma iniciativa inédita da CTG Brasil sobre o uso das margens de reservatórios, não somente sob a perspectiva de atendimento às leis, mas também quanto à importância do comprometimento das comunidades com a conservação ambiental e da biodiversidade dessas áreas. Ela foi criada com o objetivo de ajudar as pessoas que vivem nas margens dos reservatórios das usinas a entender melhor quais são suas obrigações legais e como é possível utilizar essas áreas sem comprometer o meio ambiente.
A campanha é apoiada pela publicação Guia Espaço Legal, que informa sobre como regularizar cada terreno, tanto para atividades agropecuárias como para áreas de lazer, pequenas intervenções (rampas, plataformas de pesca etc.), loteamentos ou chácaras.
A campanha foi a vencedora da Regional São Paulo do Prêmio Aberje 2018, na categoria Comunicação de Programas Voltados à Sustentabilidade Empresarial. Considerado o mais importante reconhecimento de comunicação do país, destaca ações sobre políticas, estratégias e práticas adotadas por empresa para atingir o desenvolvimento sustentável. Obteve também a quinta colocação no Benchmarking Brasil – Os Legítimos da Sustentabilidade, organizado pelo Instituto Mais, e foi selecionada e apresentada como representante de boas práticas no VIII Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social do Setor Elétrico (SMARS), organizado pelo Cigré Brasil.
O guia pode ser consultado aqui. Cada usina tem canais de atendimento para tirar dúvidas e auxiliar no andamento de solicitações sobre novas intervenções ou de regularizações de situações já estabelecidas. Os contatos podem ser feitos pelos seguintes e-mails: patrimonio.rp@ctgbr.com.br (Rio Paraná); patrimonio.rpp@ctgbr.com.br (Rio Paranapanema); patrimonio.rc@ctgbr.com.br (Rio Canoas) e patrimonio.rv@ctgbr.com.br (Rio Verde).
 
Mudanças climáticas
|GRI 103-2, 103-3|
Usinas hidrelétricas não são consideradas fontes primárias de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Portanto, não têm impacto significativo sobre mudanças climáticas. A CTG Brasil, entretanto, considera o tema relevante e de alto risco para o setor elétrico. Como parte da Estratégia de Sustentabilidade da Companhia, estão sendo definidas metas e indicadores específicos para monitoramento das mudanças no clima, em política que será futuramente submetida ao Comitê Executivo.
 
RISCOS E OPORTUNIDADES DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS |GRI 201-2|
Riscos Oportunidades
Físicos
Mudanças nos extremos de precipitação e secas: Essas condições podem afetar diretamente a geração de energia hidrelétrica do sistema interligado e, consequentemente, potencializar o risco de GSF (Generation Scaling Factor), que relaciona a energia gerada com a garantia física da usina.

Alteração nos padrões de precipitação: Mudanças nos regimes pluviométricos e hidrológicos podem agravar os impactos ambientais em reservatórios, como o aumento de erosões marginais e assoreamento, reduzindo a vida útil dos reservatórios e acarretando maiores custos de manutenção.

Aumento nos padrões de precipitação: Chuvas em excesso podem causar a elevação excessiva do nível do rio e ocasionar prejuízos indesejáveis ao funcionamento das usinas.
Mudanças nos extremos de precipitação e secas: Essas condições também afetam o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) mensal. A sazonalização da energia assegurada pode capturar ganhos no mercado de curto prazo quando o PLD estiver alto (mês seco).

Aumento nos padrões de precipitação: Pode aumentar a receita advinda do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).
Regulatórios
Incerteza dos novos regulamentos: A possível exigência de taxação de carbono ou de outros instrumentos para a redução das emissões pode ser exigida na elaboração dos inventários de emissões de GEE, determinando ajustes em atuais processos e procedimentos, que já estão bem estabelecidos.

Redução de consumo de energia: Meta de redução de 10% do consumo de energia elétrica para o ano de 2030 estabelecida no Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEF), do Ministério de Minas e Energia, tendo como base o ano de 2004, pode impactar o negócio da Companhia.
Acordos internacionais: O Brasil assinou o Protocolo de Paris, comprometendo-se a reduzir suas emissões de GEE e ampliar em pelo menos 23% a parcela de energias renováveis no fornecimento de energia elétrica, o que pode contribuir para o aumento de demanda da energia gerada pela Companhia. Podem ser estabelecidas políticas de incentivo a projetos de eficiência energética, com a oportunidade de a Companhia utilizar esses incentivos para aumentar a eficiência energética de suas operações.

Impostos de carbono: Cetesb planeja estabelecer um limite de emissões para setores industriais. Assim, a compra de energia de fonte renovável pode auxiliar as empresas a atingir suas metas.

Metas mais restritivas: O estado de São Paulo, onde a Companhia opera, estabeleceu para 2020 a meta de redução de 20% sobre as emissões de 2005, o que ampliará a demanda por energia renovável.

Regimes de cap-and-trade: O estabelecimento no Brasil de um mercado de comercialização de emissões do tipo cap-and-trade(distribuição de permissões de emissões) possibilitará que a Companhia se torne um importante fornecedor de certificados de reduções de GEE, por conta de geração limpa.

Comunicação das emissões: As empresas estão buscando soluções para reduzir suas emissões devido a demandas de agências ambientais, investidores, financiadores e clientes, o que amplia oportunidades de comercialização de energia de fontes renováveis.
Outros - Reputação
Reputação: Se a Companhia não atender às expectativas de seus clientes sobre gestão de emissões de GEE, pode perder oportunidades de mercado em contratos futuros, com impacto direto sobre sua receita.

Comportamento do consumidor: Menor consumo de energia elétrica, motivado por discussões e programas de incentivo, como autoprodução de energia (painéis fotovoltaicos e geradores eólicos) pode impactar a liquidez da oferta de energia e reduzir preços no mercado livre.

Demandas humanitárias: Precipitações acima do normal podem trazer impactos indesejáveis para as propriedades localizadas a jusante dos reservatórios, com eventual aumento das demandas da comunidade ribeirinha.
Reputação: Alguns clientes já demandam informações sobre as emissões de GEE. O desenvolvimento do inventário de emissões e o registro público dos resultados, por meio do Programa do GHG Protocol Brasileiro, deixa a Companhia bem posicionada e preparada para futura concorrência de mercado.

Comportamento do consumidor: A provável elevação nas temperaturas médias provocará mudança nos padrões de consumo, como aumento do uso de sistemas de ventilação e refrigeração, o que resultará em aumento da demanda por energia elétrica.

Alternativas energéticas: A maior demanda por energia poderá ter reflexos na busca de alternativas energéticas de baixas emissões de GEE, o que favorece comercializar eletricidade de baixa intensidade de emissões.
Emissões
Inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é feito pela Rio Paranapanema desde 2008, com base em procedimentos para mapear, quantificar e gerenciar essas emissões. Em agosto de 2018, pelo quarto ano consecutivo, a Rio Paranapanema recebeu da FGV/GHG Protocol Brasil o selo ouro pelo Inventário das Emissões de Gases de Efeito Estufa.
Nos próximos anos, a CTG Brasil tem entre seus desafios atender a metas e indicadores definidos na Estratégia de Sustentabilidade, com a elaboração dos inventários de emissões para todas as usinas. A Rio Paranapanema realiza o inventário das oito UHEs e das duas PCHs sob sua responsabilidade. Ele é dividido em três escopos: as emissões geradas pela própria empresa, as emissões da eletricidade adquirida e consumida e as emissões em fontes não pertencentes nem controladas pelas usinas.
O Inventário de emissões de GEE ano-base 2018 estará concluído no final do primeiro semestre de 2019. Pelos dados referentes ao período de janeiro a dezembro de 2017, as emissões de GEE da Rio Paranapanema Energia totalizaram 2.642,12 toneladas de carbono equivalente (tCO2e), das quais 608,17 tCO2e corresponderam às emissões diretas da empresa (escopo 1), 21,48 tCO2e foram referentes à energia adquirida (escopo 2) e 2.012,48 tCO2e, representadas por emissões indiretas, como bens e serviços de terceiros e viagens aéreas (escopo 3). |GRI 305-1, 305-2, 305-3|
O resultado representou uma redução da intensidade de emissões de 0,0001958 tCO2e por MWh de energia gerada em 2017, em comparação a 0,0001947 tCO2e por MWh apontados no inventário relativo ao ano de 2016. Essas informações são publicadas em iniciativas empresariais nacionais e internacionais (Programa Brasileiro GHG Protocol e Carbon Disclosure Project - CDP). |GRI 305-4|

Consumo consciente

Durante o ano, começou a ser veiculada uma grande campanha de conscientização para o uso eficiente dos recursos na Companhia. Para incentivar os colaboradores a apagar a luz nas salas de reuniões, por exemplo, foram distribuídos e-mails e comunicados internos e colocados minicartazes nos interruptores de todas as salas.

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